A unidade nacional do Sistema OCB divulgou, no último dia 6, uma nova versão da cartilha "Emendas Parlamentares - Oportunidades para o Coop", com o objetivo de orientar as cooperativas na captação de recursos federais por meio de emendas parlamentares. A cartilha busca facilitar a interação das cooperativas com o processo de transferências voluntárias da União, permitindo a inclusão dessas organizações em projetos financiados pelo orçamento federal.
O documento fornece orientações sobre os principais conceitos das transferências voluntárias, além de detalhar o ciclo de elaboração e execução de políticas públicas no âmbito da lei orçamentária. A publicação também destaca o potencial de ampliação da participação das cooperativas de pequeno porte, como as da agricultura familiar, artesanato e reciclagem, em projetos de desenvolvimento comunitário.
Além disso, o Sistema OCB disponibilizou um modelo de pedido de emenda parlamentar, com a intenção de auxiliar as Organizações Estaduais do sistema cooperativista a identificar demandas e elaborar projetos que possam ser apresentados aos deputados e senadores.
A iniciativa está em consonância com o marco regulatório das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, conforme a Lei nº 13.019/2014. Esse regime reconhece o papel social das cooperativas na inclusão produtiva e no fortalecimento das comunidades onde atuam.
A cartilha e o modelo de pleito de emenda parlamentar estão disponíveis nos links:
- Cartilha: https://in.coop.br/cartilha_emendas2024
- Modelo de pedido de emenda: https://in.coop.br/projeto_emenda
A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (COOPANEST-CE), em parceria com o Sistema OCB/CE e a Federação das Cooperativas Médicas do Ceará (CONNECT.COOP), realizou nesta quarta-feira, 5 de setembro, o I Summit | Seminário de Integridade e Compliance. O evento, que aconteceu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Ceará (OAB-CE), reuniu autoridades, cooperados, assessores jurídicos e especialistas em governança para discutir a transparência e a legalidade das relações entre cooperativas médicas e o setor público, com foco em compliance, governança corporativa e integridade.
O seminário teve como objetivo desmistificar o papel das cooperativas médicas nas contratações públicas e reforçar a importância de práticas que assegurem sua idoneidade. Representantes de instituições públicas, como o Ministério Público do Ceará (MPCE) e o Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), participaram dos debates.
Governança corporativa e compliance como pilares das cooperativas
O primeiro painel, intitulado "Governança Corporativa em Cooperativas – Caso COOPANEST", foi conduzido pelo médico Júlio Rocha, diretor-presidente da COOPANEST-CE. Ele destacou a relevância do evento, enfatizando a necessidade de as cooperativas médicas se manterem em conformidade com as exigências legais e normativas, especialmente nas contratações com o poder público. "Nosso objetivo aqui é esclarecer, aproximar os órgãos de controle e sinalizar que estamos realizando um bom trabalho para a sociedade. Cooperativas médicas são uma alternativa eficiente para atender às demandas do setor público com profissionais qualificados e preparados para serviços especializados", afirmou Rocha.
Durante sua fala, o diretor-presidente ressaltou o papel dos programas de compliance como ferramentas fundamentais para a gestão transparente das cooperativas e mencionou a criação de comitês de integridade como parte dessa estratégia, além da adoção de regras rígidas para os cooperados, para garantir que todos os profissionais envolvidos cumpram as normas estabelecidas e atuem de acordo com o espírito cooperativista.
Ministério Público defende fiscalização rigorosa
O segundo painel trouxe a participação do promotor de Justiça Daniel Lira, do MPCE, que abordou o tema "A atuação do MPCE na contratação dos serviços médicos pelo poder público". Lira destacou o papel da fiscalização periódica das cooperativas pelo Ministério Público e tranquilizou as cooperativas legítimas quanto ao rigor do processo. "Nossa função é verificar a legalidade e a legitimidade das contratações, desde a existência do serviço público até a análise da qualidade dos serviços prestados. Quando encontramos cooperativas fraudulentas, elas não atendem a esses requisitos básicos e funcionam como meras organizações criminosas", explicou.
O promotor também comemorou a parceria estabelecida entre o Sistema OCB/CE e o MPCE, que, a partir de novembro, oferecerá um curso de capacitação aos promotores, para que estejam preparados para identificar fraudes envolvendo cooperativas. "Essas ações são fundamentais para proteger as cooperativas legítimas e punir aquelas que utilizam o modelo cooperativo para burlar a legislação fiscal e trabalhista", ressaltou Lira.
Tribunal de Contas destaca mecanismos de controle
O terceiro e último painel contou com a presença de Fausto Maia, diretor da Diretoria de Fiscalização de Atos de Gestão do TCE, que discutiu os "Mecanismos de Controle e Segurança dos Contratos Públicos de Serviços Médicos". Maia enfatizou a necessidade de separar as cooperativas legítimas das fraudulentas e reforçou a importância do uso de programas de compliance para garantir a conformidade das cooperativas médicas. "Hoje, precisamos realmente separar o joio do trigo. As cooperativas verdadeiras devem se fortalecer com os mecanismos de integridade e compliance, principalmente quando estão firmando convênios com órgãos públicos", afirmou.
O diretor do TCE detalhou os procedimentos de fiscalização utilizados pelo tribunal, que incluem a verificação dos registros profissionais dos cooperados, o cumprimento dos estatutos cooperativos e a atualização dos profissionais de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Segundo Maia, as irregularidades mais comuns encontradas em cooperativas fraudulentas incluem a descaracterização do vínculo cooperativista, ausência de registros profissionais e irregularidades nos pagamentos.
Maia também destacou que o TCE tem identificado fraudes em cooperativas generalistas, que muitas vezes atuam sem a especialização necessária. "Cooperativas que reúnem diversas profissões sem critérios claros de atuação ou que não têm registros em conselhos profissionais são indícios claros de fraude", alertou.
Defesa do cooperativismo
O evento foi encerrado com um debate conduzido por Eduardo Vidal, diretor de saúde do Sistema OCB/CE e presidente da Federação de Cooperativas de Especialidades Médicas.
Nicédio Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE, também participou da mesa, reforçando o papel da OCB na defesa do cooperativismo. "Nós não defendemos cooperativas, defendemos o cooperativismo. A cooperativa correta terá sempre o apoio do Sistema OCB", declarou Nogueira. Ele também mencionou o Certificado de Regularidade emitido pelo Sistema, que obriga as cooperativas a prestar contas anualmente, garantindo transparência e conformidade com a legislação.
Entre os principais encaminhamentos do seminário, destacaram-se o fortalecimento da governança, a transparência nas relações entre cooperativas e instituições públicas e a ampliação de capacitações para cooperados e parceiros.
Por fim, Eduardo Vidal sublinhou a importância de preservar uma relação de confiança com o poder público, adotando práticas que assegurem a idoneidade das cooperativas.
O vereador Pedro Matos (Avante) protocolou nesta quarta-feira, 4 de setembro, na Câmara Municipal de Fortaleza, um projeto de lei que visa evitar a bitributação das cooperativas instaladas na capital cearense. A proposta busca alterar a Lei Complementar nº 159, de 23 de dezembro de 2013, excluindo determinadas receitas de Sociedades Cooperativas da base de cálculo do Imposto Sobre Serviços (ISS).
A propositura determina que não incidirá o ISS sobre as receitas obtidas pelas cooperativas em relação a dois tipos de valores: os repassados aos associados como sobras ou pagamentos pela prestação direta de serviços, e os valores retidos pela cooperativa para cobrir custos, despesas e encargos. Segundo o vereador, a medida visa alinhar a legislação municipal à Constituição Federal, que já prevê essa política.
O projeto atende a uma demanda histórica do Sistema OCB/CE, que representa o cooperativismo no Ceará, e de cooperativas do estado. O entendimento é de que as sociedades cooperativas não suscitam o fato gerador do imposto municipal, uma vez que a tributação já incide sobre o cooperado quando ele recebe sua parte na distribuição dos ganhos da cooperativa. Assim, a aplicação do ISS sobre as cooperativas poderia causar uma dupla tributação, gerando uma injustiça fiscal e tornando o modelo de negócio inviável em Fortaleza.
No texto, também fica proposto que, no caso de serviços prestados diretamente pelas cooperativas, sem a participação de seus associados, a tributação pelo ISS será aplicada normalmente. Esses valores devem ser contabilizados separadamente para que haja a incidência adequada do imposto.
Na tribuna da Câmara, Pedro Matos justificou a proposta afirmando que "a incidência do ISS gera bitributação, o que pode inviabilizar a atuação das cooperativas, especialmente em Fortaleza. Essa medida já é adotada em cidades como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, e precisamos aplicá-la aqui para fortalecer o cooperativismo e garantir a sua viabilidade no município", ressaltou o vereador.
No próximo dia 5 de setembro de 2024, o plenário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Ceará, será palco do I Summit | Seminário de Integridade e Compliance, um evento inédito que reunirá representantes de instituições públicas, especialistas em licitação e gestão de contratos, cooperados, membros de cooperativas e assessores jurídicos.
Promovido pela Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (COOPANEST-CE), com o apoio do Sistema OCB/CE e da Federação das Cooperativas Médicas do Ceará (CONNECT.COOP), o seminário tem como principal objetivo desmistificar o modelo das cooperativas médicas perante as instituições públicas, abordando práticas de integridade, compliance e governança corporativa.
O evento surge em um momento crucial, em que as cooperativas médicas enfrentam desafios relacionados à percepção de precarização de mão de obra e cartelização. “Queremos mostrar que as cooperativas não apenas seguem rigorosos padrões de governança, mas também atuam como parceiras confiáveis para o poder público, oferecendo segurança jurídica e transparência nas relações contratuais”, afirma Júlio Rocha, diretor presidente da COOPANEST-CE.
Programação e Palestrantes
O seminário contará com diversos palestrantes que discutirão temas essenciais, como estratégias para fortalecer a transparência e a confiança nas relações entre cooperativas e o poder público, abordando práticas de governança corporativa. Entre os destaques, estarão debates sobre a atuação do Ministério Público do Ceará (MPCE) nas contratações de serviços médicos e os mecanismos de controle e segurança dos contratos públicos de serviços médicos, promovidos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Inscrições e Informações
O I Summit | Seminário de Integridade e Compliance é gratuito e aberto ao público, mediante inscrição prévia. Interessados podem se inscrever através do link https://esace.org.br/cursos/seminario/summit-seminario-de-integridade-e-compliance/ ou entrar em contato pelo telefone 85 3456-6000 para mais informações.
A quarta reportagem da série com dados do Anuário do Cooperativismo – AnuárioCoop 2024 revela que o cooperativismo no Ceará, embora distribuído por quase todo o estado, apresenta uma concentração significativa na Grande Fortaleza.
Em 2023, o Ceará contava com 122 cooperativas registradas no Sistema OCB/CE, espalhadas por 39 municípios — um a menos que no ano anterior. Uma análise mais detalhada, porém, mostra que o modelo cooperativista está presente em 13 das 14 macrorregiões cearenses, conforme a divisão macroterritorial elaborada pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE).
Concentração na Grande Fortaleza
A Grande Fortaleza se destaca como a região com o maior número de cooperativas, abrigando 71 delas, o que representa 58% do total de cooperativas do Ceará. Fortaleza, a capital do estado, é o município com a maior concentração, com 54 cooperativas registradas. Além de Fortaleza, a macrorregião inclui cidades como Aquiraz, Eusébio, Horizonte, Maracanaú, Maranguape, entre outras, que, juntas, também contribuem para o domínio da região metropolitana no cooperativismo cearense.
As demais regiões aparecem com percentuais menores. O Cariri, no sul do estado, detém 8% das cooperativas, seguido pelo Sertão Central com 6%, o Sertão de Sobral com 5% e o Litoral Oeste/Vale do Curu com 4%. Fecham a lista territórios que variam de 2% a 3% do todo.
Cooperativas atuam além da sede
Apesar da concentração, o impacto das cooperativas vai além dos limites das sedes fiscais. José Aparecido dos Santos, superintendente do Sistema OCB/CE, destaca que, se observássemos somente os municípios com cooperativas registradas, as organizações estariam presentes em apenas 21% das cidades cearenses e isso não reflete a realidade. “As cooperativas têm um CNPJ e uma sede fiscal, mas produzem, comercializam e geram oportunidades em âmbito regional. É o caso de organizações dos ramos agropecuário, de saúde, entre outros”, explica o dirigente.
A Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado do Ceará (Coopafesp) é um exemplo que ilustra essa realidade. Sediada em Aquiraz, a Coopafesp conta com cooperados em diversos municípios, incluindo Acarape, Barreira, Beberibe, Cascavel, Limoeiro do Norte, Pacatuba, Pindoretama e Russas. Este cenário reflete como o cooperativismo pode impulsionar o desenvolvimento de diferentes localidades, independentemente da localização de sua sede.
Número de Cooperados por Região
Quando o foco se volta para o número de cooperados, a concentração na Grande Fortaleza torna-se ainda mais evidente. Com 141.910 cooperados, a região metropolitana detém expressivos 96% dos 147.420 cooperados de todo o estado. As demais regiões ficam muito distantes, com números que se aproximam, mas não chegam a 1%: Vale do Jaguaribe (943 cooperados), Cariri (931), Litoral Norte (895) e Sertão Central (752).
Geração de Empregos
Quando se observa o impacto das cooperativas na geração de empregos em nível regional, o Sertão Central se sobressai. Apesar de ser apenas a terceira região com mais cooperativas registradas, a região se destaca pela geração de postos de trabalho, respondendo por 47% dos empregos gerados pelas cooperativas no Ceará. A Cooperativa de Trabalho da Indústria de Calçados de Quixeramobim (Cocalqui), localizada em Quixeramobim, é um dos motores desse fenômeno, empregando um grande número de pessoas e contribuindo para a economia local.
Por outro lado, a Grande Fortaleza mantém sua relevância também na geração de empregos, liderando com 49% dos postos de trabalho cooperativistas, impulsionados por grandes cooperativas, em setores como saúde e Trabalho, Produção de Bens e Serviços.
Os desafios
Oswaldo Vieira, gerente de desenvolvimento de cooperativas do Sistema OCB no Ceará, explica que a entidade está empenhada em mapear, além do que já é registrado no AnuárioCoop, as cidades atendidas por cada cooperativa em suas áreas de atuação. Segundo ele, esse levantamento permitirá uma compreensão mais precisa da presença e do impacto das cooperativas no estado, refletindo a realidade de forma mais concreta.
Essa iniciativa pode contribuir diretamente para a interiorização do cooperativismo, ao identificar regiões com potencial de crescimento e necessidades específicas que ainda não são atendidas.
Na terceira reportagem da série com dados do AnuárioCoop 2024, analisamos o cenário do cooperativismo cearense em comparação com o dos demais estados do Nordeste
Em 2023, o Ceará consolidou-se como o segundo maior polo de cooperativismo na região Nordeste em número de cooperativas, com 122 organizações ativas, de acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro – AnuárioCoop 2024. Esse posicionamento coloca o estado atrás apenas da Bahia, que lidera com 157 cooperativas. Pernambuco e Alagoas seguem na sequência, com 112 e 101, respectivamente.
O crescimento do cooperativismo no Ceará tem sido consistente ao longo dos últimos cinco anos. Entre 2019 e 2023, o estado viu um aumento de 14% no número de organizações cooperativistas, destacando-se como uma exceção em uma região onde seis dos nove estados apresentaram queda no número de coops. Apenas Alagoas, com um crescimento de 53%, e Maranhão, com 20%, também apresentaram evolução positiva no período.
No total, o Nordeste contava em 2023 com 856 cooperativas, das quais as cearenses representavam 14%. Para José Aparecido dos Santos, superintendente do Sistema OCB/CE, esses dados ressaltam a importância do Ceará no cenário regional, onde o cooperativismo tem se mostrado um modelo resiliente, mesmo em um contexto de desafios econômicos e sociais. “Existe uma máxima no cooperativismo que aprendi desde que comecei a ler folhetins: é nas dificuldades que o cooperativismo cresce”, aponta o dirigente.
Cooperados cearenses conquistam medalha de bronze no cooperativismo nordestino
A "Terra da Luz" também se destaca no número de cooperados, ocupando a terceira posição no Nordeste, com 147.805 associados. Este número é superado apenas pela Bahia, que lidera com 298.486 cooperados, e Pernambuco, com 188.268. Entre 2019 e 2023, o número de cooperados cearenses cresceu 101%, o terceiro maior crescimento na região, atrás de Alagoas, que registrou um aumento de 168%, e Paraíba, com 103%.
Os dados do AnuárioCoop 2024 indicam que o Nordeste, como um todo, conta atualmente com 954.892 cooperados, dos quais 16% são cearenses.
José Aparecido dos Santos reflete sobre esses números e compara: “Se o socialismo tenta dividir e o capitalismo não sabe dividir, o cooperativismo ganha porque sabe dividir”. O superintendente acredita que esse crescimento expressivo reflete não apenas a expansão do número de cooperativas, como as de saúde e crédito – evidenciado na primeira reportagem de nossa série –, mas também a crescente adesão dos cearenses ao modelo cooperativista, que se consolida como uma alternativa viável para a geração de renda e o desenvolvimento local.
Cooperativismo do Ceará é líder em empregos no Nordeste
No que diz respeito ao emprego, o Ceará se apresenta como o maior empregador no setor cooperativista do Nordeste, com 12.216 funcionários em 2023. Pernambuco, com 8.638 empregados, e Alagoas, com 4.859, seguem na sequência. O estado é responsável por 32% do total de empregos gerados pelo cooperativismo no território, consolidando-se como um ator-chave na geração de postos de trabalho.
Os dados históricos mostram que o Ceará consolidou seu papel como um importante empregador entre 2019 e 2023, com um aumento de 32% no número de empregados. Durante o mesmo período, estados como Paraíba, Alagoas, Piauí e Pernambuco apresentaram crescimentos percentuais mais elevados, mas partiram de uma base de empregados significativamente menor.
O que faz do Ceará o maior empregador no cooperativismo? O superintendente do Sistema OCB/CE explica que o estado abriga grandes cooperativas geradoras de empregos, como a Unimed Fortaleza e a Cooperativa de Trabalho da Indústria de Calçados de Quixeramobim (Cocalqui). Essas cooperativas mantêm-se como forças empregadoras significativas, junto de outras organizações presentes em setores como saúde e trabalho e produção de bens e serviços.
Importância estratégica dos dados
Os dados apresentados no Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, elaborado pelo Sistema OCB, são fundamentais para a definição de estratégias voltadas ao crescimento do setor cooperativista. Coletados anualmente pelas organizações estaduais, esses números oferecem uma visão detalhada da realidade do cooperativismo no Brasil, evidenciando sua importância como modelo econômico sustentável e sua capacidade de adaptação frente aos desafios econômicos e sociais.
Leia as nossas reportagens anteriores:
1️⃣ Cooperativismo cearense expande em 2023: Mais cooperados, receitas e empregos
2️⃣ Mulheres são maioria no cooperativismo cearense, mas desafios persistem
Em um evento que reuniu lideranças do cooperativismo cearense, Roberto Rodrigues, ex-Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e uma das maiores referências globais no cooperativismo, ministrou uma palestra inspiradora sobre "Inovação Científica e Gestão Estratégica: Fortalecendo Lideranças e Transformando o Cooperativismo". A exposição foi o ponto alto do Encontro Cooperativo Cearense (CoopCE), realizado no dia 23 de agosto.
Rodrigues, que também atua como Embaixador Especial da FAO para as Cooperativas e ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, abordou a necessidade urgente de inovação no setor cooperativista, destacando que, para se manter relevante e competitivo, o cooperativismo deve estar na vanguarda da ciência e da tecnologia. Segundo ele, a gestão estratégica é fundamental para o fortalecimento das lideranças dentro das cooperativas, as quais devem estar preparadas para enfrentar desafios globais, como mudanças climáticas, segurança alimentar e desigualdade social.
Durante sua exposição, Rodrigues frisou que o agronegócio brasileiro, em especial, tem um papel crucial a desempenhar no cenário global, destacando a importância das cooperativas na cadeia produtiva. "O Brasil é um gigante do agronegócio, e as cooperativas são a espinha dorsal desse setor. Mas precisamos inovar para garantir nossa competitividade e sustentabilidade", afirmou. Em um dos momentos mais marcantes da palestra, ele ressaltou: "O mundo precisa eliminar fantasmas globais, e isso passa pela agricultura. O mundo depende do Brasil. Podemos crescer, mas vamos crescer, acho que não. Nós não temos estrutura logística no Brasil".
"O cooperativismo é doutrina única para o rural e o urbano e é quem casa o rural e o urbano. O cooperativismo é base da integração urbano rural", concluiu o palestrante da aula magna do Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais - Turma Ceará.
O evento contou ainda com a participação do debatedor Alex Ferraresi, Coordenador do Mestrado Profissional PUC/PR, que trouxe uma apresentação do Curso pioneiro no Nordeste e uma análise crítica sobre os desafios de implementação de novas soluções nas cooperativas.
A mediação ficou a cargo de José Aparecido dos Santos, superintendente do Sistema OCB/CE, que enfatizou a importância do evento para o desenvolvimento do cooperativismo no estado do Ceará. "Este é um momento de reflexão e planejamento para o futuro do nosso movimento cooperativista, e a presença de figuras tão ilustres como Roberto Rodrigues e Alex Ferraresi só engrandece essa discussão", concluiu.
O CoopCE se apresentou como um fórum de debate essencial para o fortalecimento das cooperativas no Ceará, refletindo as tendências nacionais e regionais que moldam o setor.
O Encontro Cooperativo Cearense (CoopCE), promovido pelo Sistema OCB/CE, entrou em seu terceiro painel nesta sexta-feira (23), abordando as macroestratégias que guiarão o cooperativismo brasileiro nos próximos quatro anos. O evento, que reúne lideranças de diversas cooperativas do Ceará, contou com a participação de Débora Ingrisano, Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, que apresentou as diretrizes elaboradas a partir dos debates ocorridos no 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, realizado no início deste ano. A mediação ficou por conta de Oswaldo Vieira, Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas da representação estadual.
Durante sua exposição, Débora destacou a importância da intercooperação e da união entre as cooperativas cearenses para enfrentar os desafios contemporâneos. Ela enfatizou que o fortalecimento do cooperativismo passa pela colaboração ativa entre as 134 cooperativas filiadas ao sistema no estado, ressaltando que "a força do cooperativismo está na soma das nossas potências". Segundo ela, a organização estadual é o ponto de apoio crucial para as cooperativas enfrentarem suas dificuldades, especialmente em um contexto global cada vez mais acelerado e digitalizado.
A palestrante também apresentou as oito macroestratégias que serão implementadas pelo Sistema Cooperativista Brasileiro até 2028, adaptando-se às novas realidades e demandas do território. Entre as iniciativas destacadas, a plataforma CapacitaCoop foi apontada como um instrumento essencial para a profissionalização das cooperativas, oferecendo mais de 220 cursos gratuitos que abrangem uma vasta gama de temas. Débora ressaltou que essa ferramenta é uma materialização dos princípios cooperativistas, especialmente no que tange à educação e ao interesse pela comunidade.
Outro ponto relevante foi a apresentação do NegóciosCoop, uma estratégia voltada para expandir as oportunidades de mercado das cooperativas e garantir uma gestão mais eficiente e sustentável. A gerente nacional de desenvolvimento de cooperativas enfatizou que o diagnóstico de negócios oferecido por essa iniciativa é fundamental para identificar e tratar as principais dificuldades enfrentadas pelas coops, permitindo um planejamento mais preciso e adaptado às suas realidades.
O painel também trouxe reflexões sobre como essas estratégias serão implementadas na prática, visando fortalecer a representação das cooperativas tanto no cenário nacional quanto internacional. As discussões se alinharam aos objetivos estabelecidos no 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, que apontou a necessidade de um cooperativismo mais inovador e integrado.
O Encontro Cooperativo Cearense continua até o fim do dia com palestra de Roberto Rodrigues, líder histórico do cooperativismo brasileiro, focando na troca de experiências e no fortalecimento das práticas no estado do Ceará.
Nesta sexta-feira, 23 de agosto, o segundo painel do Encontro Cooperativo Cearense (CoopCE), realizado pelo Sistema OCB/CE, trouxe ao debate os temas “Os desafios da Reforma Tributária e das Eleições Municipais para o Movimento Cooperativista”. O encontro, mediado por André Fontenelle, gerente jurídico do Sistema OCB/CE, reuniu especialistas do setor para discutir as implicações das mudanças fiscais e do cenário político nas cooperativas. Participaram como palestrantes Eduardo Queiroz, Coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Daniely Andressa da Silva, Coordenadora de Relações Institucionais do Sistema Ocepar, e Amanda Oliveira, Coordenadora Tributária do Sistema OCB.
Eduardo Queiroz abriu as discussões com um panorama detalhado das ações de relações institucionais conduzidas pelo Sistema OCB. “O avanço do cooperativismo brasileiro, que hoje é referência mundial, só foi possível graças à nossa atuação incisiva junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Sem essa mobilização constante, o modelo de negócio cooperativo estaria seriamente ameaçado no Brasil”, afirmou Queiroz. Ele destacou que o Sistema OCB acompanha mais de 5 mil projetos de lei que impactam diretamente o setor e mantém uma agenda diária de reuniões com representantes dos três poderes. “Estamos ali atuando religiosamente, intercedendo em nome do cooperativismo brasileiro”, completou.
Daniely Andressa da Silva compartilhou a experiência do Sistema Ocepar com a implantação do Programa de Educação Política e Relações Institucionais no Paraná. Segundo ela, o programa enfrentou resistência inicial, mas provou ser essencial para fortalecer a representação política das cooperativas de forma técnica e imparcial. “No Paraná, criamos um grupo de trabalho com as cooperativas para pensar em ações direcionadas e formar multiplicadores do programa. Conseguimos realizar reuniões semanais, com 30 mil participações em eventos dos multiplicadores e um alcance de mais de 2 milhões de pessoas através de nossos canais de divulgação”, destacou. O programa também teve um impacto significativo nas eleições, contribuindo para a eleição de um senador, 15 deputados federais, cinco suplentes de federais e cinco deputados estaduais. “Isso permitiu uma maior influência das demandas justas do cooperativismo nos parlamentos”, explicou.
Amanda Oliveira focou seu discurso nos desafios impostos pela Reforma Tributária e na atuação do Sistema OCB para garantir a proteção das cooperativas nesse processo. “O Brasil está passando por uma revisão da tributação sobre o consumo, com a substituição de tributos que resultarão em dois novos impostos, o CBS e o IBS”, explicou Oliveira. Ela ressaltou que a aprovação da Emenda 132/2023 foi uma conquista importante, pois garante o tratamento tributário adequado ao ato cooperativo. “Ainda vamos enfrentar um período de transição de nove anos para o novo sistema tributário, o que traz desafios operacionais e um potencial aumento de tributos. Mas já conseguimos importantes avanços na Câmara dos Deputados”, disse. No entanto, Amanda enfatizou a necessidade de continuar avançando no Senado. “Precisamos garantir ajustes cruciais, como a extensão do regime específico aos cooperados dos ramos de crédito e transporte e a alíquota zero para o fornecimento de serviços”, afirmou.
O painel também serviu como uma introdução ao novo Programa de Educação Política das Cooperativas do Ceará, que será lançado para promover a conscientização política e fortalecer a participação dos cooperativistas no processo democrático. A votação do texto da reforma no Senado está prevista para ocorrer entre novembro e dezembro deste ano, e a mobilização do movimento cooperativista será determinante para que as propostas avancem no relatório do senador Eduardo Braga (AM), relator da medida.
O Encontro Cooperativo Cearense continua com sua programação, que inclui mais dois painéis e debates no turno da tarde obre os desafios e as oportunidades do cooperativismo no Ceará.
O primeiro painel do Encontro Cooperativo Cearense (CoopCE), realizado pelo Sistema OCB/CE, abordou o tema "Cooperativas constroem um futuro melhor para o Brasil: Conjuntura, desafios e possibilidades." A discussão contou com a participação online de Márcio Lopes, presidente nacional do Sistema OCB, e foi mediada por Nicédio Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE.
Márcio Lopes iniciou sua fala ressaltando a importância de se debater o futuro do cooperativismo em um contexto global complexo. Ele afirmou: "O futuro do Ceará é coop sim, porque o futuro da humanidade é coop".
O presidente nacional do Sistema OCB alertou sobre o cenário adverso em que as cooperativas estão inseridas, onde a governança global e os organismos internacionais e nacionais não estão cumprindo seu papel. Segundo ele, "as instituições estão ideologizadas, e o mundo vive três conflitos bélicos", explica.
Márcio enfatizou a relevância do cooperativismo no Brasil, mencionando o faturamento de R$ 670 bilhões em 2023 e os 23 milhões de brasileiros cooperados, que representam mais de 10% da população. "O cooperativismo é mais forte socialmente do que economicamente," afirmou, destacando a importância de uma representação política robusta para garantir que o modelo cooperativista continue a ser respeitado e promovido nas esferas de decisão.
Ele também abordou a necessidade urgente de inovação diante das transformações tecnológicas e sociais, citando a modernização do sistema agrário e o avanço dos serviços oferecidos pelas cooperativas de saúde como exemplos.
Márcio Lopes concluiu com uma mensagem de otimismo e determinação: "Estamos diante de um grande desafio, mas também de uma grande oportunidade. As pessoas querem um modelo mais justo, mais equitativo, e acreditamos que o cooperativismo é esse modelo. Precisamos estar prontos para atender esse anseio da sociedade", finaliza.
Crescimento feminino no setor no Ceará supera 70% em um ano, com mulheres liderando novos ingressos e destacando-se em setores-chave
O cooperativismo no Ceará vem registrando uma transformação significativa nos últimos anos, marcada pela crescente participação feminina. Segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro – AnuárioCoop 2024, produzido pelo Sistema OCB, as mulheres já são maioria entre os cooperados no estado. Em 2023, dos 137.304 cooperados que declararam seu gênero, 63% eram mulheres, representando um total de 86.129 pessoas. Em contraste, os homens somavam 51.175, correspondendo a 37% do total.
Esse aumento na presença feminina é ainda mais impressionante quando comparado aos números de 2022. Naquele ano, o número de cooperadas era de 50.167, o que significa que, em um ano, houve um incremento de 71,6% no número de mulheres no cooperativismo cearense.
Ao analisarmos o crescimento geral de 26% no número de cooperados, conforme destacado em nossa reportagem anterior, fica evidente que a maior parte dos novos ingressos no cooperativismo foi composta por mulheres.
Superando a média nacional
Os dados do Ceará se destacam também em relação ao cenário nacional. Em nível Brasil, as mulheres representam 41% dos 23 milhões de cooperados. No Ceará, a participação feminina não só supera essa média, como se consolida como uma das mais altas do país. Esse fato chama a atenção para o estado, que se torna um exemplo de inclusão feminina no cooperativismo, “um movimento historicamente dominado por homens”, como aponta o presidente do Sistema OCB/CE, Nicédio Nogueira.
Participação por setor: O espaço das mulheres
A análise por setores revela ainda mais nuances sobre a presença feminina no cooperativismo cearense. As mulheres predominam no ramo de Trabalho, Produção de Bens e Serviços, onde representam 80% dos mais de 75 mil cooperados. Esse dado indica que, em áreas onde o cooperativismo se organiza em torno do trabalho e da produção, as mulheres encontram maior espaço e oportunidade.
Nos setores de crédito e saúde, embora as mulheres ainda não sejam maioria, sua participação é significativa: 45% e 43%, respectivamente. Entretanto, em ramos como consumo, infraestrutura, transporte, e agropecuário, os homens ainda são amplamente majoritários. No ramo de consumo e infraestrutura, por exemplo, a participação masculina chega a 100%.
Para a coordenadora do Comitê de Mulheres Elas pelo Coop Ceará, Selene Caracas, os números comprovam que o cooperativismo, combarado a outros setores ainda fortemente marcados pela predominância masculinista, se mostra mais favorável à presença feminina, pois ao ingressar, avalia, a mulher se torna proprietária e tem mais oportunidades de crescimento.
“As mulheres estão reconhecendo nas cooperativas um valor que vai além do aspecto financeiro: o compromisso social com a comunidade e os associados. Ser dona de uma cooperativa é diferente de ser apenas uma colaboradora; você participa das decisões e influencia o rumo do negócio, pode reivindicar sua presença”, destaca Selene Caracas.
Empregabilidade: Mulheres à frente no mercado de trabalho cooperativista
O AnuárioCoop 2024 também revela que as mulheres são maioria entre os empregados das cooperativas cearenses, representando 62% dos 10.906 empregos que informaram o gênero dos colaboradores. Esse percentual é superior à média nacional, onde as mulheres representam 52% da força de trabalho no setor cooperativista.
Esse dado indica que, além de se associar às cooperativas, as mulheres também estão ocupando um espaço relevante nas oportunidades de emprego geradas pelo movimento cooperativista no estado.
Capacitação e formação: mulheres protagonizam atendimentos
Outro ponto de destaque é a atuação do Sescoop Ceará, que, em 2023, realizou 11.815 atendimentos voltados para a capacitação e formação profissional no cooperativismo. Desse total, 58,9% dos atendimentos foram direcionados a mulheres, o que corresponde a 7.070 atendimentos. Esse protagonismo feminino nos programas de capacitação demonstra um interesse crescente das mulheres em se qualificar e se preparar para os desafios do mercado cooperativista.
As atividades ofertadas pelo Sescoop incluem, entre outras, assistência técnica, promoção social e educativa, desenvolvimento de lideranças, apoio ao desenvolvimento de negócios, e programas de saúde e bem-estar, todas fundamentais para fortalecer a atuação das cooperativas no estado.
Desafios na liderança: uma jornada incompleta
Apesar do avanço expressivo na participação feminina entre os cooperados e empregados, a presença de mulheres em cargos de liderança nas cooperativas cearenses ainda é limitada. Apenas 24% dos dirigentes de cooperativas no Ceará são mulheres, totalizando 366 líderes em um universo de 1.501 cargos de direção. A liderança feminina se faz presente de maneira significativa apenas no ramo de Trabalho, Produção de Bens e Serviços, onde elas representam 54% dos dirigentes. Nos demais setores, a direção das cooperativas permanece majoritariamente nas mãos dos homens.
Nicédio Nogueira explica que essa estatística reflete um dos grandes desafios para o futuro do cooperativismo cearense: “a necessidade de ampliar a participação feminina em posições de poder e decisão”.
A coordenadora do Elas pelo Coop Ceará avalia que, embora ainda existam desafios em alcançar posições de liderança, especialmente nos cargos mais altos, isso está mudando rapidamente. “Os nossos dados mostram uma evolução. As mulheres estão se preparando cada vez mais para ocupar esses espaços”, explica a cooperativista.
Um movimento em transformação
Os números apresentados pelo AnuárioCoop 2024 evidenciam que o cooperativismo cearense está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela crescente participação feminina. No entanto, apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios importantes, especialmente no que diz respeito à equidade de gênero nos cargos de liderança e na participação em setores tradicionais.
Selene Caracas explica que o Comitê Elas pelo Coop existe justamente para apoiar e incentivar essas mulheres a avançarem. “Elas são capazes, mas precisam romper barreiras e superar eventuais medos que foram impostos ao longo do tempo. O comitê pode ser a alavanca para essa transformação. O que falta é um empurrão para que elas percebam que, embora nada esteja pronto, é possível avançar e crescer. Coragem é essencial; sem ela, não há progresso. Mas, uma vez dentro, as mulheres melhoram, se dedicam e crescem”, finaliza Selene, que foi uma das fundadoras da Uniodonto Fortaleza e é também membro do Conselho Fiscal do Sistema OCB/CE.
Próxima reportagem
Leia amanhã (22) em nossa série de reportagens com os dados do AnuárioCoop: o posicionamento do Ceará no cooperativismo do Nordeste.
1️⃣ Cooperativismo cearense expande em 2023: Mais cooperados, receitas e empregos
Números evidenciam a evolução do modelo empresarial, que movimenta a economia e se consolida como um bom negócio para o Ceará
Leia: bit.ly/AnuarioCE1
2️⃣ Mulheres são maioria no cooperativismo cearense, mas desafios persistem
Crescimento feminino no setor no Ceará supera 70% em um ano, com mulheres liderando novos ingressos e destacando-se em setores-chave
Leia: bit.ly/AnuarioCE2
3️⃣ Ceará é o segundo do Nordeste em número de cooperativas e líder em empregos
Na terceira reportagem da série com dados do AnuárioCoop 2024, é analisado o cenário do cooperativismo cearense em comparação com o dos demais estados do Nordeste
Leia: bit.ly/AnuarioCE3
4️⃣ Cooperativismo no Ceará se concentra na Grande Fortaleza, mas impacta diversas regiões do estado
A quarta reportagem da série com dados do Anuário do Cooperativismo – AnuárioCoop 2024 revela que o cooperativismo no Ceará, embora presente em 13 das 14 macrorregiões cearenses, apresenta uma concentração significativa na Grande Fortaleza
Leia: bit.ly/AnuarioCE4
O Sistema OCB/CE realizou, na terça-feira, 20 de agosto, visitas às sedes da Unimed Sertão Central e da Cooperativa de Trabalho da Indústria de Calçados de Quixeramobim (Cocalqui), localizadas em Quixeramobim, Ceará. A agenda faz parte do plano de desenvolvimento institucional do cooperativismo no estado, liderado pelo Sistema OCB/CE.
Durante a visita à Unimed Sertão Central, Nicédio Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE, acompanhado por Oswaldo Vieira, gerente de desenvolvimento de cooperativas, e Hegel Nóbrega, diretor do Sistema OCB/CE e vice-presidente da Sicredi Ceará, foi recebido por Walmir Leite Pontes, presidente da Unimed Sertão Central, e sua equipe.
Na sequência, o grupo seguiu para a sede da Cocalqui, onde foram recepcionados por Helder Arruda, presidente da cooperativa, e Isney Barbosa, diretor-financeiro.
As reuniões tiveram como foco a promoção de ações de intercooperação entre as cooperativas da região, com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento humano e econômico local.
Números evidenciam a evolução do modelo empresarial, que movimenta a economia e se consolida como um bom negócio para o Ceará
Na primeira reportagem desta série, destacamos o avanço do cooperativismo no Ceará, que se firmou como uma força crescente na economia local. Os dados mais recentes do Anuário do Cooperativismo Brasileiro – AnuárioCoop 2024, produzido pelo Sistema OCB, revelam um panorama detalhado do setor em 2023.
Elaborado em parceria com as representações estaduais do Sistema, o relatório aponta que o número de cooperados no Ceará aumentou em 26% no último ano. O estado passou de 116.977 cooperados em 2022 para 147.805 em 2023, resultando em um incremento de 30.828 pessoas.
As cooperativas de Trabalho, Produção de Bens e Serviços foram as que mais atraíram novos membros, com um crescimento de 47%. As cooperativas de Crédito seguiram com um aumento de 42%, enquanto as de Transporte registraram uma ampliação de 16%.
O crescimento do cooperativismo no Ceará reflete uma tendência mais ampla de adesão ao modelo cooperativista, observada também em nível nacional. O AnuárioCoop 2024 indica que, em 2023, o número total de cooperados no Brasil aumentou em 14% em relação ao ano anterior, totalizando 23,45 milhões de brasileiros associados a cooperativas, o que representa um ingresso de 2,9 milhões de novos cooperados.
Expansão do número de cooperativas
O Ceará também apresentou um incremento no número de cooperativas em operação. Em 2023, o estado contava com 122 cooperativas levantadas no Anuário, o que representa um aumento de 3% em comparação com 2022, quando 118 cooperativas prestaram informações ao Sistema OCB. Os ramos de Trabalho, Produção de Bens e Serviços (TPBS), Transporte e Agropecuário foram os que mais contribuíram para esse crescimento.
TPBS, em particular, expandiu-se em 26%, seguido pelo setor de Transporte, com um crescimento de 13%, e pelo Agropecuário, que apresentou um aumento de 6% no número de cooperativas.
Distribuição por ramo de atuação
O AnuárioCoop 2024 destaca que o ramo agropecuário concentra a maior parte das cooperativas cearenses, representando 29% do total de organizações deste tipo no estado. O setor de saúde vem em seguida, com 27% das cooperativas. As cooperativas de trabalho, produção de bens e serviços também têm uma presença significativa, correspondendo a 24% do total. Já o ramo de transporte abarca 15% das cooperativas, enquanto os setores de consumo e crédito representam, cada um, 2% do total. O setor de infraestrutura contribuiu com 1% das cooperativas no Ceará em 2023.
Impacto econômico e geração de empregos
O crescimento das cooperativas no Ceará também se reflete em indicadores econômicos sólidos. Os ativos totais das cooperativas cearenses aumentaram de R$ 3,63 bilhões para R$ 3,92 bilhões, representando um crescimento R$ 300 milhões – uma mudança percentual de 8%. Além disso, as receitas totais – ou ingressos – saltaram quase R$ 1 bilhão, saindo de R$ 5,14 bilhões em 2022 para R$ 6,12 bilhões em 2023, um incremento de 19%.
Já o valor total de recursos financeiros que os cooperados aportam para a formação e operação da cooperativa, conhecido como capital social, também apresentou crescimento, passando de R$ 501 milhões em 2022 para R$ 555 milhões em 2023, conforme o Anuário Coop 2024. Essa elevação é de pouco mais de R$ 54 milhões, ou 11%.
Força empregadora
Outro dado relevante é o aumento no número de empregos gerados pelo setor cooperativista. Em 2023, o número de empregados subiu de 10.512 para 12.216, uma diferença de 1.704 novos funcionários, ou seja, um crescimento de 16%.
O estudo aponta ainda que os ramos de Transporte, TPBS e Crédito foram os principais responsáveis por essa geração de empregos, com aumentos de 142%, 46% e 25%, respectivamente.
Para se ter uma ideia da relevância desse dado: enquanto o cooperativismo cearense gerou novas ocupações, o número total de empregos criados em todo o estado em 2023 foi 18,1% menor do que em 2022, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ferramenta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Provando, ainda, o investimento em recursos humanos, as cooperativas brasileiras pagaram mais de R$ 470 milhões em salários e encargos trabalhistas em 2023.
Crescimento em tempos de crise
Ao refletir sobre a realidade evidenciada no Anuário, Nicédio Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE, aponta que “o cooperativismo tem, de fato, uma história de crescimento em tempos de crise, e essa tendência foi novamente confirmada durante a pandemia de COVID-19”.
O dirigente evidencia que as cooperativas são frequentemente vistas como modelos resilientes de negócios, especialmente em períodos de adversidade econômica. “Desde a pandemia, ficou ainda mais reforçada a importância das cooperativas como formas de organização que priorizam o bem-estar coletivo e a distribuição justa de recursos. Em um mundo marcado por crises, como mudanças climáticas, instabilidade econômica e desigualdade social, o cooperativismo se destaca como uma alternativa viável e sustentável, ganhando cada vez mais adeptos e consolidando-se como uma tendência de crescimento global, e no Ceará isso não é diferente”, observa Nicédio Nogueira.
Tempo de constituição das cooperativas cearenses
Por fim, o panorama das cooperativas no Ceará em 2023 revela uma diversidade significativa em termos de tempo de constituição. Cinco cooperativas contam com mais de 40 anos de atuação, demonstrando longevidade e experiência no setor. Um grupo expressivo de 44 cooperativas possui entre 21 e 40 anos de existência, seguido por sete cooperativas com 16 a 20 anos. Já as cooperativas com 10 a 15 anos e 6 a 10 anos de atuação somam 18 cada uma. Além disso, é notável o surgimento recente de cooperativas no estado, com 30 delas tendo sido constituídas nos últimos cinco anos, o que reflete um movimento contínuo de renovação e crescimento do cooperativismo cearense.
Coleta de informações
O Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024 reúne os dados oficiais do setor no país, criado pelo Sistema OCB para servir de ferramenta essencial na definição de estratégias voltadas ao crescimento do setor. Recolhidos anualmente pelas organizações estaduais junto às cooperativas, os números ressaltam a potência do cooperativismo como um modelo econômico sustentável e atuam como um importante instrumento para a sociedade, a imprensa e os organismos públicos e privados.
O que é o Sistema OCB?
O Sistema OCB é constituído pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e pela Confederação Nacional do Cooperativismo (CNCoop). No Ceará, a representação local é formada pela Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Ceará (OCB/CE) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Ceará (Sescoop/CE), além de estar filiada à Federação dos Sindicatos e Organizações das Cooperativas dos Estados da Região Nordeste (FECOOP/NE).
O Sistema OCB oferece suporte técnico, jurídico e administrativo às cooperativas, promove eventos, realiza treinamentos e desenvolve iniciativas para fortalecer o cooperativismo no Brasil. Também atua na articulação com órgãos governamentais e outras instituições para fomentar políticas públicas e regulamentações favoráveis ao setor.
Próxima reportagem
Leia amanhã, 21 de agosto, na segunda reportagem da série do Sistema OCB/CE sobre os dados do Ceará no AnuárioCoop: cooperativismo cearense é majoritariamente formado por mulheres.
A partir desta terça-feira, 20, o Sistema OCB/CE dará início à divulgação de uma série de reportagens baseadas nos dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro – AnuárioCoop 2024. Este levantamento, produzido pelo Sistema OCB, oferece uma visão abrangente sobre o desempenho do cooperativismo em todo o país.
Até quinta-feira, 22, a unidade cearense do Sistema OCB apresentará os principais resultados do Anuário, destacando a evolução e o impacto do cooperativismo no Ceará. A primeira reportagem trará um panorama detalhado do setor em 2023, com foco no número de cooperativas organizadas, crescimento no número de cooperados, geração de empregos e a transformação financeira do segmento produtivo no estado.
As reportagens têm como objetivo destacar esses avanços e fornecer uma compreensão aprofundada do impacto econômico e social das cooperativas na região.
Os textos vão ao ar no site somoscooperativismo-ce.coop.br, com resumos nas redes sociais do sistema cearense.
O Ceará deu um passo importante na formação de lideranças cooperativistas com o início, na última quinta-feira, 15 de agosto, da primeira turma do Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais. O curso é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas (PPGCOOP) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), em parceria com o Sistema OCB/CE e o Sescoop/CE.
Voltado para a capacitação de 28 cooperativistas, entre cooperados, colaboradores de cooperartivas e funcionários do Sistema OCB, o mestrado reúne conteúdos focadas em temas essenciais para a gestão moderna no cooperativismo.
O primeiro encontro, realizado em Fortaleza, contou com a presença dos professores da PUC/PR, que vieram ministrar as aulas presenciais. Durante a abertura, houve um momento de integração em que os mestrandos apresentaram seus projetos de pesquisa, compartilhando as áreas em que pretendem inovar e aplicar o conhecimento adquirido.
As primeiras disciplinas que compõem o programa foram ministradas na sexta-feira, 16 de agosto, incluindo análise quantitativa, gestão de serviços, gestão de pessoas, inovação e organizações complexas, ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) e liderança. O ciclo de estudos desta etapa inicial termina hoje, sábado, 17 de agosto, com a disciplina de Metodologia de Pesquisa, marcando o início de uma jornada acadêmica que promete fortalecer a gestão cooperativista no estado.
Com foco na formação de líderes de cooperativas filiadas, o Sistema OCB/CE aponta que este mestrado representa um marco para o cooperativismo cearense, oferecendo uma formação especializada que alia teoria e prática, com o objetivo de transformar as organizações cooperativas e suas lideranças.
No dia 2 de agosto, foi divulgada no site do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas (PPGCOOP) a lista dos aprovados para a primeira turma cearense do Curso de Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais. A formação é uma iniciativa do PPGCOOP, em parceria com o Sistema OCB/CE, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Ceará (Sescoop/CE).
O processo seletivo, que contou com duas fases eliminatórias, resultou na seleção de 28 candidatos. Os estudantes selecionados, indicados por cooperativas vinculadas e regulares ao Sistema OCB/CE, contarão com bolsas-auxílio de 80% durante toda a formação, que terá início no dia 15 de agosto de 2024.
O Mestrado em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais, que conta com duas linhas de pesquisa: "Cooperativismo e Associativismo" e "Organizações Complexas", é realizado na modalidade profissional, sendo equivalente ao mestrado acadêmico. A principal diferença está no foco do curso, voltado para a resolução de problemas reais enfrentados por cooperativas em diversas áreas de gestão.
Lista dos aprovados:
- André Luiz Moreira Fontenelle
- Carlos Eduardo Fonteles de Queiroz
- Cristina Aparecida Melo Bandeira
- Elisa Lopes Pavão
- Evania Uchôa Ferreira
- Fabiula Torres Ferreira
- Flávio Vinicius Cunha de Souza
- Francisca Gizelle Marciano Silva
- Francisca Vanessa Trigueiro Aguiar Feitosa
- Francisco Carlos Dias
- Helena Marcia Guerra dos Santos
- João Araujo Pinheiro Filho
- José Edson Nunes de Moura
- José Hegel Nóbrega de Almeida
- Karine Andreisa Paiva Sobral Ribeiro
- Luanna Façanha Rodrigues
- Lucas Feitosa Bonfim
- Lucia Elizabeth de Carvalho Rios
- Marli Mesquita Oliveira
- Mogar Lacerda
- Monalisa de Carvalho Oliveira
- Natália Eleuterio da Silva
- Rafaelle Marcos do Vale Lima
- Reginaldo Sales Hissa Filho
- Robernylson Silva Oliveira
- Roberta Henriques Bandeira Mota Barbosa
- Robinson Rodrigues Kokeny
- Thais Carvalho da Costa Silveira
Aula Magna do Mestrado
No dia 23 de agosto, dentro da programação do Encontro Cooperativo Cearense - CoopCE, a Aula Magna do Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais - Turma Ceará encerrará o evento. O tema será "Inovação Científica e Gestão Estratégica: Fortalecendo Lideranças e Transformando o Cooperativismo", tendo como palestrante Roberto Rodrigues, ex-Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2003-2006); Embaixador Especial da FAO para as Cooperativas; e ex-presidente da OCB e da Aliança Cooperativa Internacional.
No próximo dia 23 de agosto, o auditório da sede da Cooperativa da Unimed Fortaleza (Av. Santos Dumont, 949) será o palco do Encontro Cooperativo Cearense - CoopCE. Organizado pelo Sistema OCB/CE, o evento terá como tema "O Futuro do Ceará é Coop" e contará com a presença de importantes lideranças do cooperativismo.
Entre os convidados já confirmados, destacam-se Márcio Lopes, presidente nacional do Sistema OCB, Débora Ingrisano, Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, e Clara Maffia, Gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB.
De acordo com Nicédio Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE, o objetivo do Encontro é fortalecer o cooperativismo no Ceará, promovendo a integração, a troca de experiências e a discussão sobre os desafios e oportunidades do setor. “O evento visa também à elaboração de estratégias para o futuro do cooperativismo no estado, alinhando-se às diretrizes nacionais do Sistema OCB, que apostam no potencial transformador deste modelo de negócio”, aponta.
Discussões
A programação do evento começa às 8h com o credenciamento dos participantes. Às 8h30, a abertura institucional, seguida, às 9h, do painel "Cooperativas constroem um futuro melhor para o Brasil: Conjuntura, desafios e possibilidades", com Márcio Lopes.
Após uma pausa para o lanche às 10h45, Clara Maffia discute o tema "Os desafios da Reforma Tributária e das Eleições Municipais para o Movimento Cooperativista".
O período de discussões da tarde inicia às 13h30. Débora Ingrisano dará continuidade ao evento com o painel "As 7 macroestratégias do Sistema Cooperativista Brasileiro para o próximo quadriênio: Comunicação, Cultura Cooperativista, ESG, Inovação, Intercooperação, Negócios e Representação".
Às 15h30, a Aula Magna do Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais - Turma Ceará fecha o evento. O tema será "Inovação Científica e Gestão Estratégica: Fortalecendo Lideranças e Transformando o Cooperativismo", com participação de Roberto Rodrigues, Ex-Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2003-2006); Embaixador Especial da FAO para as Cooperativas; e ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) (1985-1991), da Organização Internacional de Cooperativas Agrícolas (1992-1997) e da Aliança Cooperativa Internacional (1997-2001).
Inscreva-se já em bit.ly/CoopCE2024
Programação:
8h - Credenciamento
8h30 - Abertura Institucional
Nicédio Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE
José Aparecido dos Santos, superintendente do Sistema OCB/CE
Márcio Lopes, presidente nacional do Sistema OCB
9h - Painel 1:
Cooperativas constroem um futuro melhor para o Brasil: Conjuntura, desafios e possibilidades
Palestrante:
Márcio Lopes, presidente nacional do Sistema OCB
10h30 - Pausa para o lanche
10h45 - Painel 2:
Os desafios da Reforma Tributária e das Eleições Municipais para o Movimento Cooperativista
Palestrantes:
Clara Maffia, Gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB
12h - Almoço
13h30 - Painel 3:
As 7 macroestratégias do Sistema Cooperativista Brasileiro para o próximo quadriênio: Comunicação, Cultura Cooperativista, ESG, Inovação, Intercooperação, Negócios e Representação
Palestrante:
Débora Ingrisano, Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB
15h00 - Pausa para o lanche
15h30 - Aula Magna do Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais - Turma Ceará
Tema: Inovação Científica e Gestão Estratégica: Fortalecendo Lideranças e Transformando o Cooperativismo
Palestrante:
Roberto Rodrigues, Ex-Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2003-2006); Embaixador Especial da FAO para as Cooperativas; Ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) (1985-1991), da Organização Internacional de Cooperativas Agrícolas (1992-1997) e da Aliança Cooperativa Internacional (1997-2001).
Debatedores:
Alex Ferraresi, Coordenador do Mestrado Profissional PUC/PR, e José Roberto Ricken, Presidente do Sistema Ocepar e/ou Leonardo Boesche, Superintendente do Sescoop/PR.
17h00 - Encerramento
Serviço:
- Encontro Cooperativo Cearense - CoopCE
- Tema: O Futuro do Ceará é Coop
- Data: 23 de agosto de 2024
- Horário: 8h às 17h30
- Local: Auditório da sede da Cooperativa da Unimed Fortaleza (Av. Santos Dumont, 949)
Anuário do Cooperativismo 2024 aponta que 23% da população ocupada está associada ao movimento
A relevância socioeconômica do modelo de negócios cooperativista continua crescendo e se torna cada vez mais representativa. O Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, divulgado nesta quarta-feira (31) pelo Sistema OCB, aponta que o país já soma 23,45 milhões de cooperados, o que equivale a 11,55% da população, com base no último censo do IBGE. O número é 14,5% superior ao registrado em 2023, quando o total de cooperados atingiu 20,5 milhões de brasileiros. Além disso, o movimento engloba 23% da população ocupada, emprega 550.611 profissionais e sua movimentação financeira alcançou R$ 692 bilhões.
“Estamos muito felizes com os resultados deste último levantamento. Eles demonstram que estamos cada vez mais próximos dos números da meta BRC 1 TRI de prosperidade. Além disso, os resultados apontados no AnuárioCoop nos ajudam a aprimorar nossa atuação na representação institucional do cooperativismo e a dar a visibilidade que ele merece para envolver ainda mais pessoas nesse ciclo virtuoso”, afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
São 4.509 cooperativas no total, sendo que a maior concentração está no Ramo Agropecuário, que soma 1.179 coops, seguido pelos ramos Transporte (790); Saúde (702); Crédito (700); Trabalho; Produção de Bens e Serviços (641); Infraestrutura (276); e Consumo (221). O modelo de negócios está presente em 1.398 municípios brasileiros. A região Sudeste conta com o maior número de cooperativas (1.605), enquanto a Nordeste aparece em segundo (856) e a Sul em terceiro (825). As regiões Centro-Oeste e Norte abrigam 619 e 504 coops respetivamente.
A distribuição por gênero dos cooperados se manteve estável em 2023. A participação feminina permanece em 41% contra 59% dos homens. Os principais ramos em que elas atuam continuam sendo Consumo (45%), Crédito (43%), Saúde (46%) e Trabalho, Produção de Bens e Serviços (55%).
Já o número de empregos gerados pelas cooperativas saltou para 550.611 em 2023, um aumento de 5% em relação ao ano anterior quando o quantitativo ficou em 524.322. Enquanto o Brasil registrou redução de 27,52% no saldo de empregos formais no período entre 2022 e 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o cooperativismo apresentou resultado positivo no mesmo período.
Na distribuição por gênero, por sua vez, o número de mulheres empregadas atingiu 52% do total, índice que era de 49% em 2021. Os ramos que mais congregam profissionais femininas são Consumo (57%), Crédito (60%), Saúde (75%) e Trabalho, Produção de Bens e Serviços (56%). No geral, o maior número de empregados está concentrado no Ramo Agropecuário com 257.137 trabalhadores, seguido pelos de Saúde (139.772) e Crédito (111.911).
Os indicadores financeiros também evidenciam a força do movimento. Em 2023, os ativos totais do setor atingiram R$ 1,16 trilhões, um aumento de 17% comparado a 2022, quando o montante foi de R$ 999,6 bilhões. O capital social foi contabilizado em R$ 94 bilhões, com um acréscimo também de 17% em relação ao período anterior. Em ingressos, que é de fato a movimentação financeira do setor, foram R$ 692 bilhões, 6% superior a 2021. As sobras do exercício, por sua vez, atingiram R$ 38,9 bilhões. Aos cofres públicos, o cooperativismo injetou mais de 33,9 bilhões em tributos, um aumento de 70% em relação a 2022 e outros de R$ 31,7 bilhões foram para pagamento de salários e outros benefícios concedidos aos colaboradores.
Exportação
O Anuário 2024 traz ainda números expressivos do cooperativismo no mercado internacional. Apoiadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), as cooperativas brasileiras somaram US$ 8,3 bilhões em negócios em 2023. Com a participação, 2,5% de tudo o que foi vendido pelo Brasil ao exterior foi exportado por cooperativas, enquanto 7,1%dos embarques do agronegócio também foi feito por uma coop. No total, 96 cooperativas são apoiadas pela ApexBrasil e 81 realizaram exportações. Dentre elas, aproximadamente 75% estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste. Os principais produtos comercializados são carnes de aves, soja triturada, café não torrado e carne suína.
No dia 11 de julho, representantes do Sistema OCB/CE se reuniram com o presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE/CE), conselheiro Rholden Queiroz. A pauta do encontro incluiu o estabelecimento de um canal de comunicação, a promoção de capacitações sobre cooperativismo e o debate sobre o Acórdão 981/2024, que trata da relação com cooperativas médicas.
A reunião foi conduzida pelo presidente do TCE/CE, acompanhado pela Chefe de Gabinete, Simone Aguiar, e pela Assessora da Presidência, Luciana Queiroz. Representando o Sistema OCB/CE, estiveram presentes Eduardo Vidal, diretor de saúde; André Fontenelle, gerente jurídico; o médico Flávio Deulefeu, superintendente da Unimed Fortaleza; e o advogado oficial de compliance da Connect.coop, Reginaldo Hissa.
Este foi o segundo encontro entre a representação estadual do cooperativismo e o TCE/CE, após um primeiro contato em maio. Durante a reunião, foram discutidos a formalização de um canal de comunicação e a apresentação de um programa de capacitação, que foi bem recebido.
Eduardo Vidal destacou a importância de abordar o Acórdão 981/2024, que recomenda a não contratação de cooperativas médicas e a realização de concursos públicos. O Sistema OCB/CE se manifestou contrário a esta recomendação, argumentando a viabilidade legal da contratação de cooperativas pelo poder público e esclarecendo que a legislação vigente permite a participação de cooperativas em licitações, conforme evidenciado nos documentos apresentados.
O encontro proporcionou uma troca de informações entre as instituições, com o objetivo de colaborar com o trabalho de fiscalização das cooperativas. A iniciativa busca fortalecer o entendimento e a cooperação entre o TCE/CE e o Sistema OCB/CE, promovendo o reconhecimento das cooperativas como atores relevantes na economia e na sociedade cearense.