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Elas pelo Coop: com participação e liderança, mulheres fortalecem o cooperativismo e transformam vidas

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No Ceará, as mulheres representam 59,5% dos cooperados, enquanto os homens correspondem a 40,5%. Nacionalmente, de acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, elas já são 41% dos cooperados e 52% da força de trabalho do setor, consolidando seu protagonismo e ampliando oportunidades de renda e liderança.

As mulheres têm desempenhado um papel cada vez mais decisivo no fortalecimento e na transformação do cooperativismo brasileiro. Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, elas já representam 41% dos cooperados no país — cerca de 9,6 milhões de brasileiras que encontraram nas cooperativas oportunidades para trabalhar, empreender e garantir uma vida melhor para suas famílias. A presença feminina também se destaca entre os colaboradores, alcançando 52% da força de trabalho do setor.

No Ceará, a representatividade das mulheres vem crescendo em diferentes ramos, como crédito, saúde e trabalho, impulsionada por iniciativas de formação e incentivo à liderança. Para Karine Sobral, vice-coordenadora do Comitê Regional Elas pelo Coop e ex-conselheira de administração da Sicredi Veredas, o modelo cooperativista é naturalmente aberto à participação feminina. Ela destaca que o cooperativismo estimula a inclusão e a participação democrática, criando condições para que mais mulheres ampliem sua visão e seu espaço de fala, decisão e influência.

Na mesma direção, Ana Carolina Adeodato, diretora da Uniodonto Fortaleza, avalia que o cooperativismo tem sido um instrumento poderoso de fortalecimento do protagonismo feminino. Segundo ela, as cooperativas oferecem um ambiente participativo e valorizam o papel das mulheres em diferentes níveis de atuação. “O cooperativismo, quando aplicado de forma inclusiva, é uma ferramenta de igualdade de oportunidades e de valorização das mulheres, contribuindo para uma cooperativa mais forte, humana e representativa”, afirma.

Na Uniodonto Fortaleza, esse protagonismo é visível. A cooperativa vem ampliando a presença feminina em cargos de gestão e governança e fortalecendo sua atuação social. Projetos como o Sorrisão e o Sorrindo para o Futuro, coordenados por Ana Carolina, têm levado educação e prevenção em saúde bucal a milhares de crianças de escolas públicas, reforçando o compromisso da cooperativa com o bem-estar e o futuro das novas gerações.

Karine Sobral destaca que a presença feminina nas cooperativas vai além da gestão. Segundo ela, muitas mulheres lideram campanhas e ações solidárias que transformam comunidades, como o Dia C de Cooperar e a campanha Doe Autoestima, que arrecada mechas de cabelo para mulheres em tratamento de câncer de mama. Para Karine, essas iniciativas mostram o verdadeiro sentido do cooperativismo, que é gerar prosperidade compartilhada e desenvolvimento com base na empatia e na colaboração

Na Uniodonto Fortaleza, o engajamento também se reflete em campanhas de conscientização, como as ações do Outubro Rosa, que reforçam a importância da prevenção e do autocuidado. “Fortalecer a presença das mulheres é fortalecer toda a cooperativa, com mais sensibilidade, inovação e visão humana nas decisões”, diz Ana Carolina.

Apesar dos avanços, as duas lideranças reconhecem que ainda há desafios. Barreiras culturais, desigualdade de oportunidades e a dupla jornada continuam sendo obstáculos à ampliação da presença feminina em cargos de decisão. Para Karine, o futuro do cooperativismo feminino depende de intencionalidade e políticas de equidade, com a adoção de medidas concretas que assegurem paridade de gênero nos espaços de poder.

Nesse cenário, o movimento Elas pelo Coop tem se consolidado como uma importante ferramenta de transformação. Criado pelo Sistema OCB, o programa promove formação, intercâmbio de experiências e fortalecimento da representatividade feminina nas cooperativas. No Ceará, o comitê regional reúne lideranças de diferentes ramos e inspira novas mulheres a participarem ativamente do movimento.

Para Ana Carolina Adeodato, essa troca de experiências é essencial para o fortalecimento coletivo. “O Elas pelo Coop cria espaços de diálogo e aprendizado e mostra que, ao fortalecer as mulheres, fortalecemos todo o cooperativismo”, afirma.

A presença feminina, mais do que uma pauta de equidade, é uma estratégia de sustentabilidade e inovação social. Cada mulher que ocupa um espaço de liderança no cooperativismo amplia o alcance da transformação coletiva e reafirma a essência do movimento: ser humano, inclusivo e transformador.

Sobre o Elas pelo Coop

O Elas pelo Coop é um movimento nacional do Sistema OCB que busca fortalecer o papel das mulheres no cooperativismo brasileiro, ampliando sua participação na gestão, na governança e nas instâncias decisórias das cooperativas. O programa promove formações, encontros e redes de troca de experiências entre cooperativas de diferentes ramos, estimulando o protagonismo feminino, a equidade de gênero e a inovação social dentro do modelo cooperativista. No Ceará, o comitê regional atua em parceria com cooperativas filiadas, além de incentivar a criação de novos comitês femininos em todo o estado.

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